ATA DA NONAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 29-10-2008.

 


Aos vinte e nove dias do mês de outubro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Mauro Pinheiro, Professor Garcia e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Marcelo Danéris, o Projeto de Lei do Legislativo nº 219/08 (Processo nº 5381/08); pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de Lei do Legislativo n° 241/08 (Processo nº 5926/08). Também, foi apregoado o Ofício nº 904/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/08 (Processo nº 6118/08). Ainda, foi apregoado o Memorando nº 166/08, firmado pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador João Carlos Nedel, ontem, na cerimônia de inauguração e bênção do monumento ao Padre Paulo de Nadal, às quinze horas e trinta minutos, na sede do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 1042253, 1042260, 1043018, 1043045, 1046584, 1046632 e 1051730/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Octogésima e Octogésima Segunda Sessões Ordinárias e a Ata Declaratória da Octogésima Primeira Sessão Ordinária. A seguir, o Vereador Beto Moesch manifestou-se acerca do transcurso, hoje, do décimo aniversário do Comitê Gestor das Águas na Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib comentou o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, que altera o regime urbanístico da área denominada Pontal do Estaleiro. Sobre o tema, parabenizou o Presidente Sebastião Melo pela obtenção de decisão que cassou a liminar que suspendia a tramitação dessa proposição e mencionou a aprovação de Requerimento de convite ao Secretário do Planejamento Municipal para debates nesta Casa sobre esse Projeto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador Professor Garcia discorreu acerca do resultado das eleições municipais deste ano, salientando que Sua Excelência é o primeiro Prefeito reeleito de Porto Alegre e frisando a importância das alianças políticas realizadas nesse pleito. Ainda, frisou que o planejamento para o ano de dois mil e nove começa com a votação da Lei Orçamentária. Finalizando, referiu-se aos efeitos, no Brasil, da atual crise financeira internacional. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da Senhora Fernanda Melchionna e Silva, eleita Vereadora de Porto Alegre para a Décima Quinta Legislatura. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães pronunciou-se acerca da crise por que passa o sistema financeiro internacional, traçando um paralelo com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque ocorrida em mil novecentos e vinte e nove e citando os recursos estatais investidos na recuperação desse sistema. Também, referiu-se às eleições municipais deste ano, considerando que esse pleito caracterizou-se, em todo o País, pelo reconhecimento popular aos bons governos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Carlos Todeschini comentou criticamente declarações dadas pelo Vereador Professor Garcia, de que o Governo do Prefeito eleito José Fogaça terá dificuldades de administrar a Cidade, em decorrência da possibilidade de carência de recursos financeiros no erário municipal. Também, explicou protesto promovido por Sua Excelência durante a votação para Prefeito no Colégio Alberto Torres, de varrição e recolhimento de propaganda eleitoral. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen enfatizou que a distribuição de propaganda política durante as eleições se constitui num ato que, apesar de irregular, é promovido por todos os Partidos Políticos. Ainda, discorreu sobre a crise financeira internacional e os possíveis reflexos no Brasil, defendendo a imediata redução nas taxas de juros, e, finalizando, abordou a diminuição de verbas federais destinadas a investimentos sociais no País. O Vereador Haroldo de Souza contestou o pronunciamento de hoje do Vereador Carlos Todeschini, em Comunicação de Líder, referente às fórmulas usadas pelos Partidos para divulgação de candidatos às eleições municipais encerradas no dia vinte e seis do corrente. Ainda, manifestou-se acerca do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, afirmando que a análise de propostas de reestruturação urbana integra as funções inerentes a esta Casa. Na oportunidade, o Vereador Carlos Todeschini formulou Requerimento verbal, solicitando cópia das notas taquigráficas do pronunciamento hoje efetuado pelo Vereador Haroldo de Souza, em Comunicação de Líder, tendo se manifestado a respeito o Vereador Haroldo de Souza. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson saudou a reeleição do Prefeito José Fogaça e criticou a campanha realizada pelo Vereador Carlos Todeschini como candidato no pleito para este Legislativo. Também, ressaltou a necessidade da manutenção de um clima de respeito entre os Vereadores e o público que hoje comparece nesta Casa, para que se consiga concretizar um debate qualificado acerca do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08. O Vereador Claudio Sebenelo teceu considerações a respeito da crise financeira internacional que atualmente vige no mundo em decorrência das oscilações no mercado de ações mundial, justificando que o País e os Municípios não estão livres dos reflexos dessa situação. Além disso, posicionou-se relativamente ao Projeto de Lei sobre o Pontal do Estaleiro, afirmando que a Cidade precisa ser beneficiada como um todo no seu desenvolvimento e que a Lei não pode favorecer apenas um lado. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da Artista Plástica Zorávia Bettiol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes registrou que votará contrariamente ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, frisando que essa proposta altera o regime urbanístico previsto no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental para a área conhecida como Pontal do Estaleiro. Da mesma forma, asseverou ser favorável à revitalização da Orla do Guaíba, questionando acerca do posicionamento do Prefeito José Fogaça no referente ao assunto. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Decreto Legislativo nº 010/08 (Processo nº 6116/08) e o Projeto de Resolução nº 030/08. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 093/08, por vinte e sete votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia e Sebastião Melo. Às quinze horas e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Senhor Presidente informou o comparecimento, ontem, no Gabinete da Presidência, do Vereador Gilvan Cavalcanti, da Câmara Municipal de Recife – PE. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares nos dias três, cinco e seis de novembro do corrente. Em prosseguimento, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 050/08, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Professor Garcia e Carlos Comassetto. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 235, 236, 238 e 240/08 e o Projeto de Lei do Executivo nº 051/08. Às dezesseis horas e trinta e um minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Nereu D’Avila, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Claudio Sebenelo e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero dar boas-vindas a todos os visitantes, especialmente aos estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: sejam bem-vindos ao nosso Legislativo.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, gostaria de registrar que hoje está completando dez anos o Comitê Gestor das Águas da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, Comitê que envolve vários Municípios, o mais importante é Porto Alegre, e esta Casa está lá representada pelo Ver. Claudio Sebenelo. Portanto, registro os dez anos de trabalho de um dos Comitês mais atuantes do País, o Comitê do Lago Guaíba. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado, Ver. Beto Moesch.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, continua de pé, aceso, o debate sobre o Pontal do Estaleiro. Eu quero cumprimentar V. Exª, Sr. Presidente, que conseguiu derrubar a liminar para que o Projeto pudesse ser votado. Quero também reafirmar o que disse antes: um Projeto da importância desse ser votado pelo art. 81 não é das melhores coisas. E V. Exª tem razão quando diz que todos os Vereadores, sem exceção, já pediram o art. 81, mas não para um Projeto tão importante. Quero cumprimentar o Plenário como um todo, porque aprovou o Requerimento de autoria deste Vereador que solicita a presença do Secretário do Planejamento e de três técnicos da Prefeitura, para debaterem com os Vereadores sobre o problema que representará a construção, ou não, do Pontal do Pontal do Estaleiro.

É um assunto que apaixona, já fizemos Audiência Pública, na qual a manifestação pendeu para um lado que até surpreendeu, mas eu acho que o mais importante é o posicionamento do Executivo, para que os técnicos - aqueles que estudaram para emitir pareceres, para analisar projetos como esse -, em comparecimento no Plenário da Câmara, e já está marcado para a próxima quinta-feira, possam ajudar os Srs. Vereadores a decidirem qual o encaminhamento a ser dado.

Portanto, reitero os meus cumprimentos a V. Exª pela disposição que teve, pela manifestação que fez, buscando convencer o Juiz no sentido de que o mandado de segurança fosse suspenso. Peço que os meus nobres Pares, que por unanimidade votaram o Requerimento que apresentei, observem esse Requerimento e aguardem antes de qualquer decisão. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, solicito que as demais Bancadas utilizem o tempo de Liderança para que possamos ter quórum qualificado, a fim de votarmos os Projetos que hoje estão na Ordem do Dia; senão, vamos ter dificuldade, porque já havíamos combinado. Então, este Vereador solicita que os diversos Partidos venham ao plenário para entrarmos na Ordem do Dia.

Quero aproveitar para falar um pouco sobre o final do pleito de domingo. Na segunda-feira, já fizemos um agradecimento público pela vitória, e foi uma vitória histórica, pois pela primeira vez Porto Alegre reelegeu um Prefeito; o Prefeito José Fogaça foi reeleito com quase 59% da intenção de votos válidos e também com uma política de aliança. Política da qual, no 1º turno, três Partidos participaram - o PDT, o PTB e o nosso PMDB -; depois, no 2º turno, com o apoio do PSDB, do PP, do DEM, do PMN e do PPS. Então, na realidade, o que se configurou? Uma aglomeração de Partidos visando o objetivo que foi alcançado.

Terminada essa etapa, o Prefeito José Fogaça reassumiu, e agora começa uma segunda etapa, que é uma preparação para 2009. Hoje nós temos, em 2ª Sessão de Pauta Especial, a questão do Orçamento. E é importante ressaltar que ontem, na nossa Comissão - a Comissão de Economia Finanças e Orçamento -, estiveram presentes representantes do Gabinete de Planejamento Orçamentário e da Secretaria da Fazenda falando a respeito da previsão orçamentária, que este ano será de 3 bilhões e 247 milhões de reais. E, ao mesmo tempo, foi colocada a questão da crise. Ontem, pela primeira vez, o Ministro Mantega falou a respeito da questão da crise e disse que vai ser uma crise longa. Porque, até então, de acordo com o nosso Presidente Lula, o Brasil estava imune à crise. E o que nós estamos vendo é que realmente essa crise tem uma dimensão bem maior. Ontem, o Ministro colocou a situação real, mostrando os cuidados e os perigos, falando da regulamentação de juros e das diversas situações que têm que ser vistas. Então, talvez isso também venha a afetar o Orçamento de Porto Alegre, porque nós temos alguns impostos relativos à questão do IPVA; o ICMS...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: O Ver. Todeschini está dizendo: “Poxa, mais já está fazendo um choro!” Não é um choro, Vereador. Na realidade, nós temos que fazer uma constatação, porque Porto Alegre tem compromisso em relação às questões de investimento. E não começamos cedo, não; nós temos que dar a realidade, como fez o Prefeito João Verle. O Prefeito João Verle, o qual saudei, trouxe uma realidade: no final de 2004, ele constatou que Porto Alegre tinha dívida, tinha um problema deficitário. E isso tem de ser colocado para a população. Foi isso, exatamente, o que o Prefeito José Fogaça fez. Mas queremos ressaltar: a Casa está em dia, não tem o mínimo perigo, mesmo com uma receita menor, de ocorrer um colapso em Porto Alegre. As finanças de Porto Alegre estão muito bem, a Saúde está em dia, e tenho certeza de que os investimentos vão ocorrer, porque já são inúmeras as obras previstas. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Queremos registrar, com muita satisfação, a presença da Vereadora eleita, Fernanda, do PSOL, neste plenário. Obrigado pela sua presença, Vereadora. (Palmas.)

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; futura Vereadora, já mencionada; estudantes, pessoas que vêm à Casa do Povo de Porto Alegre trazer as suas angústias, as suas manifestações: galerias cheias é sinal de vigor da Cidade, é sinal de vigor da democracia.

Todos nós estamos ao impacto de uma crise internacional. Nós todos - talvez poucos - não vivemos a crise de 29, o crash na bolsa de Nova York, em 1929, quando o mundo ingressou num período em que a economia se derretia. Oxalá, não cheguemos perto daquela verdadeira hecatombe econômica. Mas, de qualquer forma, as preocupações são de todos, e os jornais, os analistas do mundo e aqui em nosso País refletem que o correspondente a três “brasis” foram queimados já na presente crise internacional. Bilhões e bilhões foram jogados na bolsa, na aquisição, na operação financeira, no sentido de tentar segurar esta imensa crise que vem, um verdadeiro tsunami, um temporal dos mais sérios, abalando as economias dos países. Evidentemente, é preciso que todos estejamos alertas, com o pé no chão, com muita segurança, porque estamos na iminência de graves acontecimentos na ordem econômica.

Aqui em Porto Alegre e de resto em nosso País se travaram eleições importantíssimas, que foram as eleições municipais, a escolha de Prefeitos e Vereadores, e o Município - todos sabemos aqui, os estudantes que aqui estão sabem - passou a ter um papel relevantíssimo na federação brasileira. O papel do Município, a importância do Município na questão do interesse direto da população passou a ganhar um interesse muito grande, e as questões devem ser encaradas, todas, com muita responsabilidade. Esta Casa deve refletir ações de muita responsabilidade, no cuidado dos interesses maiores da população.

Fica aqui a nossa manifestação - já o fizemos -, para cumprimentar o atual Prefeito, que foi reeleito mercê de uma excelente administração, porque, se não fizesse uma boa administração, o Prefeito Fogaça não seria reeleito. Isto se deu no País: administrações que não corresponderam aos anseios populares não ganharam as eleições. Claro que os Partidos, as siglas partidárias, as ideologias são importantes. São importantes, mas a grande ideologia desta eleição foram as boas administrações. E, aqui em Porto Alegre, o povo de Porto Alegre disse “sim” à administração do Prefeito Fogaça, por ele ter feito uma boa administração. Outros Partidos também, em outros locais, ganharam eleições porque fizeram boas administrações

Portanto, fica aqui, Presidente, a nossa manifestação no sentido de dizer que esta Casa tem um papel importante na equação dos problemas que interessam, de resto, a toda população. Obrigado, Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver. Elói.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aqueles que nos assistem e público presente, em especial os estudantes, os professores, os técnicos que estão aqui acompanhando esta Sessão: eu venho fazer o registro de que Porto Alegre elegeu o Prefeito, constituiu uma maioria, e isso é legítimo, é da democracia, desejamos ao Prefeito Fogaça um bom Governo. Agora, já quero fazer aqui uma manifestação de discordância, de não-aceitação, ao pronunciamento do Ver. Garcia, que já vem aqui anunciar a crise de um Governo que nem começou ainda, uma crise financeira que o futuro Governo vai passar. Eu quero dizer que nós passamos quatro anos ouvindo choros de que o Governo enfrentava dificuldades financeiras, que estava sem dinheiro e que por isso não conseguiu governar. E já começou hoje, na primeira semana após a eleição - nem assumiu -, já dizendo que não tem dinheiro e que vai apresentar crise no futuro. Vejam bem o que está sendo dito aqui, o que foi dito aqui, e estejam bem cientes, porque repetiram isso durante quatro anos, e o povo está sofrendo. Sofreu por quatro anos, mas a maioria da Cidade optou pela continuidade, é da democracia, é legítimo. Nós vamos fazer aqui o nosso papel de oposição, não vamos dar tréguas. Esse tipo de discurso não passará incólume.

Em segundo lugar, sou obrigado a vir aqui para contestar a manifestação do Ver. Ervino na última Sessão, porque acho que ele me ofendeu, ofendeu-me de maneira grave. Estou trazendo aqui as provas, para mostrar como ele distorceu os fatos. É hábito de um grupo político, no dia da eleição, jogar propaganda eleitoral dentro dos recintos de votação, mesmo sabendo que isso é proibido, que isso é contra a lei. Passando nas seções eleitorais, inclusive no Colégio Alberto Torres, onde sou eleitor, encontrei um verdadeiro tapete de cédulas de papel com o número 15 e um material protegido com cera, para não ser molhado pela chuva; recolhi uma quantidade extraordinária desse material.

O Ver. Ervino é useiro e vezeiro de vir a esta tribuna dizer que o povo é relaxado, que o povo não é educado, que o povo joga lixo na rua, que joga lixo nas bocas-de-lobo. Pois bem, aqui está a prova, Ver. Comassetto: foram recolhidos mais de 15 sacos deste tipo (Mostra sacola.) dentro do recinto de votação. Peguei uma vassoura, fui, varri e amontoei - esta aqui é uma das 15 sacolas. Podem investigar qual é o número que está presente. Foi um verdadeiro ato de falta de consciência, de falta de educação. Foi uma infração à lei, Ver. Comassetto, e nós vamos representar na Justiça, aqui estão as provas de todos os materiais, a Justiça que faça os devidos encaminhamentos.

Então, Ver. Ervino, veja só, ao senhor, que sempre vem a esta tribuna dizer que o povo é relaxado, que o povo não é educado, que o povo joga lixo em locais indevidos, trago uma prova do que vocês estavam fazendo. Depois, o senhor veio aqui, na segunda-feira, e fez acusações no sentido de que este Vereador estaria faltando com o decoro parlamentar porque foi lá e varreu, porque teve uma atitude digna. E, pela sua coligação, foi chamada a Polícia, que foi lá e disse: “O Vereador está dentro da lei. O que está aqui é que é contra a lei, porque é boca-de-urna”. Recebi apoio dos brigadianos, porque fiz uma boa ação. Inclusive, pessoas resvalaram, senhoras caíram, porque aquilo criou uma lama, estava misturado com chuva, havia risco de as pessoas, além de caírem, se machucarem. Eu quero dizer, Ver. Ervino, que a sua postura aqui é uma postura que não condiz com o papel de Vereador. Talvez o senhor tenha feito uma manifestação inconsciente, porque jogar este material da forma que foi jogado é uma ilegalidade grave.

Assim, encerro a minha manifestação, dizendo que nós estamos aqui, enquanto Bancada, para fazer uma luta contra a omissão do Prefeito, inclusive em relação ao Projeto do Pontal do Estaleiro. O Prefeito se omite e solta para alguns Vereadores assumirem a paternidade do Projeto, porque ele não tem coragem de assumir um papel que é de sua responsabilidade. Obrigado pela atenção. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente desta Câmara, Ver. Sebastião Melo; nobres colegas Vereadores e Vereadoras, antes de tocar propriamente no assunto ao qual quero me ater no dia de hoje, quero dizer aos meus colegas Vereadores que temos que fazer política de alto nível. Não adianta virmos aqui dizer que tinha santinho do 15, que tinha santinho do 13. Isso aí é voz comum, é uma cultura política enraizada na nossa Cidade, usada em todas as eleições e usada nesta eleição pelos dois Partidos. Então, não vamos aqui fazer o que não temos que fazer.

Eu quero falar sobre a nossa conjuntura econômica, depois de termos a garantia de S. Exª o Presidente Lula de que o Brasil estaria imune a qualquer crise que viesse de fora, isso há questão de sessenta dias. Depois, vieram dizer que ela poderia acontecer no Brasil. Hoje, nobre Ver. Todeschini, quem está desesperado é Guido Mantega; quem está desesperado é o Presidente do Banco Central; são os empresários; são os sindicatos, que estão vendo os empregos dos trabalhadores sendo ameaçados, sendo diminuídos, a alavancagem do desenvolvimento... Quer dizer, notoriamente, se hoje o País não tem um assalto maior da crise internacional, isso se deve aos anos de 2000 e 2001, quando o Proer foi instituído aqui, fortalecendo o nosso sistema financeiro. Isso não foi feito pelo Governo Lula.

Vamos nos deter no agora: estão injetando dinheiro público, dinheiro do imposto do brasileiro para instituições bancárias, instituições financeiras, quer dizer, é uma estatização. Busca-se uma estatização neste Brasil, e eu acho que o certo não é isso. Faz-se necessária, para que não falte esse dinheiro, que está faltando no crédito e no comércio do País, a imediata redução da alta taxa de juros, que é a mais alta do mundo: 13,75 é a taxa do Brasil. Temos que fazer com que esse dinheiro circule dentro das empresas. Há outras assertivas interessantes: ampliação do prazo do recolhimento de impostos acima de trinta dias - talvez essa também seja uma medida, nobre Ver. Professor Garcia, a ser colocada no Município, para que o cidadão que recebe não tenha que pagar o imposto um ou dois dias antes do dia 30, ou do dia 1º, para que isso gere mais caixa, para que o dinheiro permaneça por mais tempo no bolso das empresas e do povo brasileiro. A melhor medida que poderia ser tomada hoje, em vez de injetar dinheiro nos bancos, nessas empresas, seria o Governo Federal, com 70% dos impostos deste País, tomar uma iniciativa honesta, correta e diminuir essa carga tributária, que é a mais alta do mundo, principalmente se avaliando os serviços que o Governo dá em retribuição à sociedade brasileira.

O que nós tivemos nessas eleições? Em todas as capitais brasileiras, viam-se os mesmos problemas que acontecem em Porto Alegre. É só pegar as revistas, os jornais, verifiquem os problemas com os quais os Partidos se debatiam: problema da Segurança, da Saúde, da Educação e na habitação. Quer dizer, esses não são problemas exclusivos de Porto Alegre ou da capital São Paulo, seja da cidade que for; isso é um problema nacional, é um problema federal, um problema que compete ao Sr. Presidente da República resolver de uma vez por todas! E ele não vai resolver isso desta maneira, fazendo com que o percentual destinado à Saúde Pública deste País seja reduzido, no seu Governo, de 14% para 11%; ele reduziu o investimento na Educação de 11% para 8% e, na Segurança, nunca investiu nada, a não ser no braço armado da Polícia Federal. E a habitação neste Pais? São 40 milhões de brasileiros sem moradia. E quer dizer que o País está bem? Não é só Porto Alegre que não está bem, é o País todo que não está bem, principalmente em relação ao povo que mais sofre, ao povo que menos recebe neste País, ao povo que não tem emprego neste País! Esse é o que mais paga imposto e mais sofre. Muito obrigado, Sr. Presidente e nobres Vereadores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero dizer que para a Câmara é motivo de muito orgulho a presença daqueles e daquelas que são as verdadeiras razões deste Legislativo - o povo de Porto Alegre. Eu só peço que, quando um Vereador estiver na tribuna, em nome do contraditório e das boas lutas políticas, se assegure a palavra do Vereador. Faço esse pedido aos queridos estudantes, para que se possa ter uma tarde de trabalho tranqüila.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras; sejam todos bem-vindos: os que são contrários e os que são favoráveis ao Portal do Estaleiro. Antes de falar sobre esse assunto, que acho que é o que devemos discutir aqui - assuntos de Porto Alegre, diretamente ligados a Porto Alegre e só a Porto Alegre -, eu gostaria de dizer ao Ver. Todeschini que ele não precisa vir aqui mentir.

A eleição já passou! Não temos mais campanha! Aí ele chega e diz que o número 15... Pára aí! Isso é lixo, como lixo são os números 13, iguais a esses 15, e eu poderia fazer pacotes e mais pacotes! Eu voto! Não quero essa discussão e não vou sair da linha contigo! Pensam, aqui, que todo o mundo é “babaca”, “cara”! Tu achas que as pessoas aqui são “babacas”!? Que só você anda por Porto Alegre!? Que só você sabe de Porto Alegre!? Quem é você para pregar moral aqui a respeito de jogar o número 15 nas seções eleitorais, se na seção onde eu voto, Colégio Infante Dom Henrique, no Menino Deus, só tinha o número 13? E qual é o problema? Isso é um vício brasileiro da política! Tinha o 13, tinha o 15! Tinha o 15 e tinha o 13!

Isso é palhaçada tua! Tu estás mentindo! Tu colocas isso aí numa seção eleitoral, e eu coloco nas outras o 13. Eu poderia juntar e fazer a mesma coisa que você fez, mas não vou perder meu tempo contigo, porque o senhor foi campeão de sobrepor propaganda em cima das propagandas da Verª Margarete Moraes, do seu Partido. Sentado em frente ao meu comitê, na Av. Perimetral, eu vislumbrava o outro muro da Perimetral, onde colocavam propagandas do Ver. Todeschini em cima das propagandas da Verª Margarete Moraes. Isso é feio, e, se você faz isso com uma candidata do teu Partido, o que esperar de você em relação aos outros? Por favor! Aqui não!

Eu quero agradecer, mais uma vez, a presença do pessoal do Pontal do Estaleiro. Particularmente, tenho pressa de ver o Projeto votado. E quero cumprimentar o Presidente Sebastião Melo, porque nós trouxemos para cá uma coisa que não deveria ter saído daqui. Fomos eleitos por vocês para decidirmos coisas de Porto Alegre, às vezes agradamos a um lado, às vezes desagradamos a outros, às vezes acertamos e às vezes erramos; mas essa responsabilidade é nossa, não da Justiça. Porque, do contrário, se entrarmos seguidamente com pedidos de liminar para resolver um Projeto que é da Câmara Municipal de Porto Alegre, estaremos desvalorizando a própria Casa - que é de vocês, que estão aqui, dentro da democracia, com ordem, à espera da votação do Projeto. Independente do resultado que seja, é preciso que seja votado aqui!

Há um rapaz gesticulando lá nas galerias, talvez eu consiga responder ao senhor: estamos aguardando a comunicação de que conseguimos a liminar para fazermos a votação o mais rápido possível. Embora tenha assinado o Requerimento do Ver. João Dib que foi enviando à Prefeitura, pedindo a presença de técnicos do Planejamento aqui para esclarecer os Vereadores, eu assinei junto a todos, mas eu o dispensaria, porque a responsabilidade é nossa! Esse Projeto, se aprovado, irá para o Prefeito, e o Prefeito que, junto com os seus técnicos, analise e vete o Projeto, se ele for aprovado. Não estou antecipando absolutamente nada! Eu só quero dizer a vocês que esta é a Casa para que vocês reivindiquem! Sejam bem-vindos sempre! E desculpem-me por eu ter me alterado, mas é que já faz oito anos que vejo figuras aqui que, positivamente, vêm aqui para mentir, e eu não agüento esse tipo de coisa. Antecipadamente, afirmo que não vou retirar absolutamente nada do que eu disse; não adianta pedir.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, solicito cópia das notas taquigráficas, face à manifestação da Liderança do PMDB da tribuna.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Estão liberadas não só as cópias, como também a gravação com a minha voz. Não tem nenhum problema, guarde de lembrança! Faça o que bem entender com isso!

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito silêncio aos Srs. Vereadores e aos nossos visitantes. Ver. Alceu Brasinha, por gentileza retorne à sua Bancada.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo canal 16, quero saudar a todos.

Ver. Carlos Todeschini, V. Exª é uma pessoa simples, criada no Interior - como este Vereador -, vou lembrar algo que aconteceu com V. Exª nas últimas eleições: no dia da votação para Vereador, V. Exª encostou uma picape em frente ao Colégio Alberto Torres, o que é proibido por lei - eu estava lá e não reclamei -, e só retirou o veículo com força policial. Eu tenho provas disso, Vereador! Vossa Excelência só retirou a sua caminhonete, com toda aquela propaganda, por força policial. É verdade ou é mentira? Eu tenho prova disso. Essa atitude de Vossa Excelência...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Eu não me elegi, eu sei; mas fiz mais votos do que Vossa Excelência, que se elegeu.

Essa atitude de Vossa Excelência, inclusive com um menor, que é seu filho, adolescente, é contra a lei também... Vossa Excelência está aqui varrendo, às três horas da tarde, em frente ao Colégio Alberto Torres. Está aqui a prova. (Mostra foto.) Um adolescente, o que é proibido por lei! E mais: V. Exª, Vereador, foi notificado, inclusive foi retirada a sua propaganda por um policial militar! É mentira ou é verdade? Mas talvez, já que o Tribunal notificou V. Exª, amanhã ou depois, isso venha à tona na imprensa. Retirou. E V. Exª foi retirado, também, com reforço policial! Está V. Exª na foto, com o adolescente, varrendo na frente do Colégio Alberto Torres. Está aqui a foto. (Mostra a foto.)

E mais: Sr. Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O seu tempo está assegurado, Vereador.

 

O SR. ERVINO BESSON: Às pessoas que estão aqui nas galerias: respeito todos vocês, acho que vocês são o futuro deste País, pois a maioria está tirando curso superior, mas penso que têm de aprender um pouco mais sobre respeito e sobre o que a vida espera de vocês no futuro.

No jornal Zero Hora, Ver. Carlos Todeschini, do dia 27 - a eleição foi domingo -, está a foto da grande vitória do nosso Prefeito José Fogaça, sem dúvida nenhuma, limpa, íntegra. É um homem que respeita todos, respeita a população, respeitou e continuará respeitando todas as Bancadas aqui representadas pelos Srs. Vereadores nesta Casa, todos os Partidos. Tenho certeza de que o Prefeito José Fogaça continuará respeitando, como os respeitou até hoje!

Agora, Ver. Carlos Todeschini, V. Exª, que traz aqui um saco com panfletos do número 15, como é que V. Exª explica isto aqui numa boca-de-urna? (Mostra foto.) Porque eu acho que, se estou enxergando direito, há panfletos com o número 13 misturados aos do número 15. Há ou não? Está aqui. O número 13 de quem é, Ver. Carlos Todeschini? Está aqui junto! E em muitos locais de votação tinha um tapete de panfletos do número 13! Em muitos, na maioria dos locais! Agora, V. Exª chegou lá no Colégio Alberto Torres - não sei por que cargas d’água escolheu aquele colégio -, às 15 horas da tarde, com o seu filho adolescente e varreu o chão - e trouxe aqui os panfletos só do número 15! Ora, Ver. Carlos Todeschini, o povo não é ingênuo, o povo enxerga. O nosso povo é culto e está vendo esses atos aqui; as urnas comprovaram isso, Vereador. A história de Porto Alegre reelegeu o Prefeito, um homem digno, respeitador, trabalhador; um homem voltado aos problemas da cidade de Porto Alegre. E V. Exª não aceita até hoje! Eu vou encerrar, com todo o respeito aos Vereadores e às Vereadoras, às pessoas que nos acompanham nas galerias, com um breve trecho daquela música: “Será que ainda continua? No outro lado, é desespero; no outro lado, é desespero”. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pessoas que nos visitam, lá por 1929 - eu confesso que eu ainda não era nascido -, houve no mundo um fato fundamental: a quebradeira, o crack de 1929. Essa quebradeira foi chamada também de “A Grande Depressão”, a depressão era profundamente econômica. Quando uma pessoa está deprimida, sente-se profundamente triste, e, quando todo o coletivo está deprimido... Essa grande depressão econômica de 1929 trouxe ao mundo as duas maiores violências da História, a Guerra Civil Espanhola, em 1935, e depois a Segunda Guerra Mundial. Nós estamos perante uma profunda depressão do mundo inteiro, quando terminou o binômio capitalismo/socialismo, e estamos passando para o democrático e o não-democrático. Lamentavelmente, o nosso País não preenche as condições de democracia, já que a inclusão social, a repartição da renda e principalmente a igualdade das pessoas estão ainda engatinhando, e nós não temos um País que seja a representação da calma e da serenidade social.

Ao contrário, nós vivemos uma guerra civil não-declarada, de extrema violência, e o mundo inteiro se afoga nessa violência, porque hoje a briga é o fundamentalismo contra um liberalismo que está dando os sinais do seu fracasso, sinais de cansaço e de que os regimes estão mudando. Isso influi não só na nossa Cidade, mas no Estado inteiro. Todos os políticos estão debruçados sobre as conseqüências da grave crise pela qual o mundo passa, e Porto Alegre se sensibiliza com ela. É exatamente isso que queremos focar neste instante. Nós estamos focando a questão da Cidade, e, quando vem um Vereador aqui falar sobre os problemas que a Cidade vai ter de enfrentar na área econômica por causa da crise econômica mundial, ele tem que ser aplaudido e não debochado, ironizado da forma como foi. Essa preocupação com a economia é fundamental.

Outra coisa que eu descobri é que o mundo é dos chatos. Os chatos, quando começam a insistir demais, conseguem tudo que querem. Então, quero dizer a vocês que o meu discurso, que começa lá em 1929, é exatamente sobre a orla. Quero dizer que muitas dúvidas nós todos temos a respeito do Projeto, porém há uma coisa que nós não vamos abrir mão, é uma questão que no futebol se chama de “virada de mesa”, ou seja: mudar a lei para dar vazão aos interesses de um só clube ou de uma só pessoa. Isso nós não vamos aceitar. Queremos dizer que lei existe para ser cumprida; feito dentro da lei, terá toda a nossa aprovação. Se tiver que mudar a lei para interesse de um lado só - em geral do lado do poder, mais do que do poder, do poderio econômico -, não contem conosco, porque esta Casa sabe que a melhor coisa que existe é realmente a dúvida. A certeza nunca nos levou à nada. Nós temos muitas dúvidas a respeito de parte de um Projeto que é bom, mas não pode ter essa violência à que o mundo está assistindo, que é a violência da mudança de uma lei só para favorecer um lado. Nós queremos que toda a Cidade seja favorecida, não apenas um segmento. Isso se caracteriza como uma violência, por isso não queremos que em Porto Alegre se perpetue essa violência, também não queremos conseqüências para a Cidade, que vai perder muito, aumentando o péssimo conceito que já gozam os seus políticos. E perguntam: “Que violência?” É a mudança da lei para favorecer um lado só.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença, no nosso plenário, da Srª Zoravia Bettiol, extraordinária e grande artista plástica do nosso Estado. Muito obrigado pela sua presença.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; senhoras e senhores, Vereadoras e Vereadores, sem nenhum desespero, porque nós aceitamos sempre o resultado das eleições, mas sem abrir mão da função principal de um Vereador, que é a fiscalização da Cidade, e também sem torcer para que o Brasil se afunde junto ao mundo neoliberal que criou essa crise financeira internacional, quero cumprimentar todas as pessoas que lotam as galerias desta Casa - estudantes, especialistas, arquitetos, artistas, urbanistas, cidadãos e cidadãs -, pessoas preocupadas com o futuro da cidade de Porto Alegre. Sejam muito bem-vindos. As pessoas que estão aqui sabem que ser moderno, ser contemporâneo não tem nada a ver, não combina com destruição; combina com o cuidar do presente e com a preocupação sobre o futuro de uma Cidade: que ela seja saudável e auto-sustentável para essas gerações, sobretudo para as próximas; que tenha luz, que tenha ar, que tenha sol para a maioria das pessoas, para todos e para todas, não apenas para alguns privilegiados.

Se aprovado, o Projeto Pontal do Estaleiro, do nosso ponto de vista, causará um mal irreversível à cidade de Porto Alegre, porque se trata de uma área especial situada na ponta do lago Guaíba, uma Área de Interesse Cultural e Ambiental especialíssima. O Projeto pretende mudar o gravame, o Regime Urbanístico já estabelecido no Plano Diretor, que diz que a vocação daquela área é ligada ao lazer, ao turismo, à cultura; não combina com quatro arranha-céus residenciais, muito menos com paredões de concreto. Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, somos a favor da potencialização, da revitalização daquela área, desde que se respeite a sua singularidade. Esse Projeto prevê, como eu já disse, paredões de concreto, uma área residencial que afasta mais ainda a Cidade do lago, ele fará com que as pessoas, uma vez realizado, só vislumbrem o lago através dos pilares; descaracterizará a orla do Guaíba; deixará o trânsito da Zona Sul e da Cidade, vejam, ainda mais trancado do que já está hoje. Hoje é quase impossível rodar pela Cidade em qualquer Região - Norte, Sul, Leste, Oeste -, mas lá na Zona Sul é mais difícil ainda. A Zona Sul, especificadamente, ficará mais úmida, mais escura, com menos ar, mais conturbada.

O Projeto fere a legalidade, porque está definido no Plano Diretor esse Regime, e também, sob a nossa ótica, fere o mérito, porque vai arruinar Porto Alegre do ponto de vista ambiental e cultural. E, mais do que isso, fere a ética, porque o empreendedor comprou por meio de leilão a área com determinados condicionantes - só poderia ter uma altura discreta, a área deveria estar ligada à gastronomia, ao turismo e ao lazer - e agora pretende mudar esse gravame para obter mais lucros. Como é que ficam os outros possíveis empreendedores, que poderiam ter se inscritos, poderiam ter concorrido, mas que não o fizeram porque respeitavam o atual gravame? Então, fere a ética. E aqui nós queremos perguntar: por que o Executivo não assume o Projeto? Qual é a posição do Prefeito Fogaça? O Ver. João Antonio Dib fez um Requerimento pedindo que técnicos da Prefeitura viessem aqui conversar com os Vereadores e com a população. Nós queremos saber qual é a posição do Prefeito Fogaça, que até hoje se omitiu. Enfim, eu quero dizer que só a mobilização da cidadania, da sociedade civil, do Instituto dos Arquitetos, dos estudantes, dos jovens, das mulheres, do Petrópolis Vive, do Fórum de Entidades é que vai permitir que este Projeto não seja aprovado na Casa. Nós precisamos impedir essa tragédia para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6116/08 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 010/08, de autoria da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Prefeito Municipal de Porto Alegre, senhor José Fogaca, a ausentar-se do País, do dia 29 de outubro de 2008 até o dia 13 de novembro de 2008, para viajar à China.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PDL nº 010/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PDL nº 010/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3635/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 030/08, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao Senhor Lemir Valentim Magnani.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 27-10-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 030/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PR nº 030/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2569/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 093/08, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Empresário Irio Piva.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Mauro Zacher: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 08-09-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 093/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 093/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.

Coloco em votação as Atas da 80ª, 81ª e 82ª Sessões Ordinárias. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

Neste momento suspendo a Sessão e convido o Sr. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ver. João Carlos Nedel, para presidir a Reunião Conjunta das Comissões, que vai apreciar o PLE n° 046/08.

Estão suspensos os trabalhos para a Reunião Conjunta das Comissões.

 

(Suspende-se a Sessão às 15h05min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 15h55min): Havendo quórum, estão reabertos os trabalhos.

Quero me somar à manifestação do Ver. João Carlos Nedel e dizer que ontem tive a satisfação de receber, no gabinete da Presidência, o Ver. Gilvan Cavalcanti, que visita a nossa Cidade. Seja muito bem-vindo, Vereador, é muito boa a sua presença no plenário, sinta-se à vontade. Eu diria que o DNA da nossa Cidade é o bom debate. Aliás, deu para o senhor ver aqui, neste pequeno espaço de tempo, o quanto esta Cidade respira o bom debate. Bem-vindo à nossa terra, a Capital de todos os gaúchos e gaúchas.

O Ver. Adeli Sell solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares nos dias 03, 05 e 06 de novembro. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/10 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 5938/08 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 050/08, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2009.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Desiste.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na realidade, nós temos para discutir um Orçamento, para o próximo ano, de 3 bilhões, 247 milhões, 856 mil e 167 reais. Esse Orçamento está atendendo 21 Programas, que, de repente, se interligam. Por exemplo: nós temos o Programa Gurizada Cidadã e, ao mesmo tempo, o Programa Lugar da Criança. Algumas atividades serão efetuadas dentro de um Programa e também dentro do outro, como os Programas Cidade Acessível, Cidade Integrada, Cresce Porto Alegre, Entrada da Cidade, Porto da Inclusão.

Eu acho que muita coisa vai ter que ser examinada por cada um de nós, verificando a execução orçamentária. Eu tenho o cuidado de dizer que o Vereador precisa acompanhar a execução orçamentária, para saber se aquilo que é aprovado realmente é realizado. Nós podemos ver, examinando a execução orçamentária da Prefeitura nos nove primeiros meses, já que no dia 28 de cada mês se recebe a execução orçamentária do mês anterior, que as coisas vão bem para a Prefeitura, até certo ponto.

As receitas da Prefeitura já atingiram, neste ano, 2 bilhões, 132 milhões e 591 reais; no entanto, as suas despesas empenhadas e pagas chegam apenas a 2 bilhões e 79 milhões de reais, havendo, pois, um superávit primário de 132 milhões de reais. Ora, até o fim do ano, a receita da Prefeitura cresce, porque, no mês de dezembro, a arrecadação é praticamente o dobro da dos meses anteriores. Nós deveríamos, a cada rubrica, ter no mínimo a arrecadação de 75% da previsão.

O IPTU apenas arrecadou 69,32% em nove meses, deveria ter sido 75%, no entanto, no mês de dezembro, arrecada o equivalente a vários meses. Portanto, vai ultrapassar de longe a previsão de 216 milhões de reais. E, para o próximo ano, está previsto um crescimento de 7,49%. Eu acho que vai crescer mais. O ITBI, uma preocupação do Ver. Bernardino Vendruscolo, em nove meses arrecadou 84% da previsão e deve arrecadar mais nos últimos três meses do ano. O ISSQN - esse, sim, me surpreende - arrecadou 72,77%, quando deveria ter arrecadado 75% da previsão, em nove meses. Eu sei que, em dezembro, vai arrecadar mais, mas dificilmente vai chegar à previsão orçamentária.

Nós aprovamos aqui uma gratificação pela melhoria da arrecadação, e eu não estou vendo isso ocorrer, e não é essa a primeira observação que faço, eu tenho observado permanentemente. No Fundo de Participação dos Municípios, a Prefeitura arrecadou 97% da previsão, portanto vai superar e muito. O SUS arrecadou dentro da proporção, exatamente 86%, dando uma tranqüilidade no sentido de que vai superar a previsão orçamentária. Mas, mesmo superando a previsão orçamentária, se fizéssemos a correção dos índices monetários desde 2002, quando a Prefeitura recebeu 307 milhões, ainda ficariam devendo muito para a Saúde de Porto Alegre.

Portanto, nós temos aqui dados bastante criteriosos, um estudo da Proposta Orçamentária, em que a Prefeitura examina a conjuntura internacional, nacional, estadual e municipal, apresenta as suas receitas e despesas e faz sua previsão de arrecadação de ISSQN - esta me preocupa, porque prevê um aumento de 12,25%. Eu gostaria que isso ocorresse e até mais do que isso. E, nas transferências, no ICMS, pretende arrecadar mais 13,92%. Faço votos de que consiga, pois, assim, o Estado estará melhorando também. Evidentemente, nós recebemos recursos transferidos do Estado. Acho que o importante, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não é emendar a Proposta Orçamentária; o importante é acompanhar a execução desta Proposta, que entendo que seja boa e que permitirá que a Cidade resolva muitos dos seus problemas, caso ela efetivamente se realize.

Mas é claro, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, que eu não posso esquecer, não vou esquecer - eu disse que falarei todas as vezes que puder - que é preciso identificar os logradouros da nossa Cidade. É preciso colocar placas nas ruas da nossa Cidade para que os porto-alegrenses e os turistas conheçam os nomes das nossas ruas. Não é uma despesa grande demais: é um grande trabalho, é um grande problema, mas, com poucos recursos, se resolve o problema. Eu tenho certeza de que o Prefeito Fogaça voltará da China entusiasmado e identificará os nomes dos logradouros em pouco tempo. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, no início da minha fala, acho que o Ver. Todeschini não entendeu, ou fez que não entendeu, quando comecei a falar da questão da crise. Eu havia pontuado que, até então, o Presidente Lula sempre colocava que a crise passaria longe do Brasil. Ontem, o Guido Mantega comentou que a crise vai, sim, pegar o Brasil, e será uma crise longa. Os comentários são de que essa crise vai causar algumas recessões. É por isso que eu falei que poderá haver uma diminuição no Orçamento.

Porto Alegre está numa situação muito boa financeiramente, e, mesmo com a diminuição, não haverá grandes problemas. Quais são os problemas que poderão advir? Uma diminuição em investimento. Por que digo isso? Estão previstos, no Orçamento de Porto Alegre para 2009, 3 bilhões, 247 milhões e 856 mil reais. Vou falar justamente nas receitas de transferências, porque são receitas que vêm de outras origens, não são as próprias do Município. As do Município são o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, o IPTU - essas são do cotidiano da Cidade. O ICMS, por exemplo, é um imposto estadual, mas há uma contrapartida para o Município quanto à questão da origem da nota fiscal. Então, está previsto que no próximo ano a cidade de Porto Alegre arrecadará 451 milhões e 995 mil reais. A previsão de arrecadação do IPVA, imposto relativo ao automóvel, é de 166 milhões; vindos do Governo Federal, do Fundo de Participação dos Municípios, temos 121 milhões; do SUS, 421 milhões. Normalmente, em Saúde, Educação e Assistência Social o Governo não mexe; quando ele tem que fazer alguma alteração orçamentária em alguns segmentos ou por algum déficit, nesses três itens ele não faz nenhuma alteração. Volto a dizer, então, que a previsão de receitas de transferência é na ordem de 1 bilhão e 365 milhões de reais.

Vou falar um pouco dos Programas que fazem parte dessa receita, num total de 3 milhões: Programa A Receita é Saúde, 845 milhões; Bem-me-quer, 68 milhões. Vou ler todos: Carinho Não Tem Idade; Cidade Acessível; Cidade Integrada; Cresce, Porto Alegre; Desenvolvimento; Gurizada Cidadã; Entrada da Cidade; Lugar de Criança; Mais Recursos; Porto da Mulher; Porto do Futuro; Porto Verde; Socioambiental; Viva o Centro; Vizinhança Segura. Ora, queremos ressaltar que esses programas, na realidade, fazem uma transversalidade com as diversas Secretarias; ou seja, cada um desses programas interliga inúmeras Secretarias, é por isso que muitas vezes as pessoas têm dificuldade de ler o Orçamento, pois mudou a forma do Orçamento. O Orçamento tradicional sempre vinha pelas Secretarias, e agora ouvi: “Pô, mas Secretaria com este valor?”, é que o total dos programas faz essa interface. Então, isso dificulta para quem tem aquele modelo ortodoxo de fazer a leitura, única e simplesmente, pelas questões da Secretaria. Depois há as políticas públicas, tratando da gestão total, da Governança e do Orçamento Participativo. Isso também está elencado nas diversas fases. E há a questão de despesa de pessoal.

Fazendo a correlação dos investimentos em relação às diversas Secretarias e por programa, temos: DEP, programa Saneamento Para Todos, que prevê 17 milhões de reais; melhoria da drenagem, 7 milhões de reais; há a questão do BID, 300 mil reais; em relação à SME, há a restauração e manutenção dos parques; da Secretaria Municipal de Cultura, o Projeto Monumenta, melhoria da Cidade. A Secretaria da Fazenda já está prevendo aqui a implantação da Controladoria-Geral do Município, inclusive discutimos hoje de manhã a questão de um Projeto que já veio para esta Casa, vamos colocá-lo em votação. Temos a ampliação da iluminação pública, por intermédio da SMOV, num valor de quase 7 milhões de reais. Existem as obras viárias do PIEC - Programa Integrado Entrada da Cidade -, no valor de quase 3 milhões de reais; também as vias estruturais, num valor de 2,5 milhões de reais.

A respeito da SMED - algo que o Ver. Comassetto falou no último dia -, nós havíamos dito a ele que, para a questão da ampliação e manutenção de Ensino Fundamental, estão previstos 13 milhões de reais. Grande parte disso aí colocado em duas escolas de Ensino Fundamental que estão sendo construídas em Porto Alegre: uma no Rincão, a outra na Moradas da Hípica. Temos prevista a ampliação do Ensino Infantil, que é uma preocupação do Governo Fogaça, que, nestes três anos e dez meses, construiu 38 creches, o Governo quer ampliar essas questões da creche e está colocando, para o próximo ano, mais 6 milhões de reais. Existe também a questão da ampliação do Ensino Especial, que quer privilegiar a questão da acessibilidade, das escolas diferenciadas, há toda uma discussão em nível federal sobre a questão da inclusão.

Na questão da Secretaria Municipal dos Transportes, temos os corredores e as estações terminais de transporte público no valor de 3 milhões de reais. E também, na questão da SMIC, há, por exemplo, o Funmercado, com o valor de 414 mil reais, que nós recentemente aprovamos aqui. E algumas coisas junto com o Fundo de Arte Federal, que é a restauração do Chalé da Praça XV, a possibilidade de uma linha de bonde que vai sair da Usina do Gasômetro, passando pela Rua dos Andradas e indo ao Chalé da Praça XV, para devolver a questão do turismo em nossa Cidade.

Para os projetos habitacionais, há uma previsão de 42 milhões de reais. Quero dizer que Porto Alegre quer dar - e vai dar - prioridade para o próximo ano, atendendo aos anseios do Orçamento Participativo, à questão de novas habitações na Cidade, e estão previstos 42 milhões de reais para isso. Temos mais 15 milhões de reais relativos à questão da urbanização e 10 milhões de reais para a questão da cooperativismo, para que cooperativas se organizem, indiquem os seus locais, para darmos, pelo menos, a estrutura mínima para começarem, então, a tão sonhada casa, a questão habitacional, que é um sonho de todo cidadão não só de Porto Alegre, não só do Rio Grande do Sul, mas de todo cidadão brasileiro.

E vamos deixar por último a questão do DMAE, que tem, para o sistema de esgoto sanitário, previstos 77 milhões de reais e, para o tratamento de esgoto, mais 24 milhões de reais; ou seja, são 100 milhões de reais já de imediato para 2009, fazendo parte do Projeto Socioambiental. E para a ampliação da rede de água temos 12 milhões e 162 mil reais.

Sr. Presidente, para terminar, também queremos colocar algumas questões da Assistência Social: estão previstos, por exemplo, o apoio, a atenção ao idoso e a abrigagem de crianças e adolescentes - que é uma coisa que a Cidade, por mais que cuide, sempre tem um déficit. Então, o Prefeito quer dar uma atenção diferenciada também na questão da abrigagem de crianças e adolescentes. E está previsto, na questão do DMLU, uma triagem de resíduos sólidos, para se começar a trabalhar com os catadores a relação da formação e proposta de geração de emprego e renda.

Fico por aqui, Sr. Presidente, porque teremos, futuramente, ainda mais duas Sessões para discorrermos um pouco sobre a Proposta Orçamentária de 2009. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, quero hoje aqui fazer uma análise do Orçamento e fazer um comparativo com o Orçamento que está em vigência. O Ver. João Antonio Dib fez aqui uma fala de elogios ao Executivo Municipal por apresentar um Orçamento com um grande aumento de proposta orçamentária, ou seja, que a receita corrente estimada para 2009 é de um montante de 3 bilhões 247 milhões 856 mil e 167 reais, o que dá um crescimento de 17,5% em relação ao valor previsto na Lei Orçamentária de 2008, que foi de 2 bilhões e 626 milhões de reais.

Agora, aqui é que está a grande diferença: fazer Orçamento, trazer a discussão para esta Casa, aprovarmos e depois fazer uma execução para “inglês ver” é a grande diferença. Aqui eu faço uma ressalva ao Ver. Professor Garcia, que veio elucidar os programas para o próximo ano: de tudo o que nós propusemos no ano passado, até o momento foi realmente efetivado, gasto, em torno de 26%. Portanto, não adianta fazer um Orçamento que diz que terá 300 milhões de reais de investimento - mais precisamente neste momento está-se dizendo que serão 336 milhões de reais de investimento -, se nós não efetivarmos esses investimentos. Portanto, este Orçamento previsto de 3 bilhões e 86 milhões de reais está desfocado da realidade.

E eu contesto os Vereadores da base do Governo; que eles venham aqui sustentar isso, diante da conjuntura política que nós estamos vivendo. A receita deste ano apresentou um extraordinário crescimento nos primeiros oito meses do ano - 21,5% acima do IPCA -, mas, considerando que ocorreu uma mudança significativa no cenário econômico a partir de setembro próximo passado, achamos pouco provável que o ano de 2009 repita a receita do ano de 2008. A mudança da conjuntura muito provavelmente impedirá que se repita no ano que vem, no ano de 2009, o extraordinário crescimento do ISSQN - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - e o retorno do ICMS que ocorreram este ano. Além disso, o Fundo de Participação dos Municípios explodiu. Em decorrência do aumento de 1% na participação dos Municípios, devemos sofrer em 2009 uma freada decorrente de uma esperada redução do ritmo de crescimento dos tributos federais. Assim não há qualquer dúvida de que a receita de 2009 foi superestimada pela atual equipe da Secretaria da Fazenda do Município de Porto Alegre.

Já a receita de capital, estimada em 127 milhões de reais, prevê operações de crédito de 123 milhões de reais. Nos últimos anos tem ocorrido, sistematicamente, a superestimação das operações de crédito, os quais não têm se materializado - fato que explica, em parte, a queda do nível de investimento ocorrido a partir de 2005 e a defasagem entre os valores previstos e os efetivamente realizados. Este ano, por exemplo, até setembro de 2008, foram empenhados 107 milhões dos 316 milhões de reais previstos no Orçamento para investimento. O que informa, de forma inequívoca, que parte substancial do valor previsto não será efetivamente aplicado.

Portanto, a análise que fazemos aqui mostra que o Orçamento do ano passado trouxe para esta Casa, e discutimos, e foi aprovado, que seriam 316 milhões de reais em investimentos, e até agora foram empenhados 107 milhões de reais, isso significa 33% do Orçamento. Nós já estamos em novembro, terminando outubro e começando novembro, faltam novembro e dezembro. Portanto, Ver. Professor Garcia, quero ouvir a fala de V. Exª na próxima Sessão, dizendo quando e como serão gastos os outros 209 milhões de reais que estão empenhados no Orçamento de 2008 para a Cidade, valores que até então não foram tratados e nem serão. Vejam os valores que estão previstos para a propaganda, e, nesse caso, é propaganda enganosa, porque, se diz que vai fazer um investimento e não o faz, se a propaganda mostra como se fosse fazer, há um problema, que tem de ser discutido. Portanto, quero que o Líder do Governo, Ver. Professor Garcia, venha a esta tribuna, na próxima Sessão, dizer quando serão empenhados os 207 milhões de reais que nós aprovamos no ano passado. E trago algumas rubricas. Dos 450 milhões de reais que estão previstos para os postos de saúde da Região Sul, onde está o dinheiro previsto para a abertura dos demais postos de saúde na Cidade?

E aqui, já que estamos falando em investimentos, gostaria de tratar do tema do DMLU. No DMLU, a tendência de desmonte da estrutura pré-existente e de avanço da terceirização é flagrante. O nível de investimento proposto para a autarquia - o DMLU - é ridículo. Para reequipar as áreas de coleta de lixo e de limpeza urbana está previsto um investimento total de 115 mil reais. Cento e quinze mil reais não pagam nem um caminhão, nem um caminhão para o transporte do lixo urbano. E isso é o que está previsto para 2009! Uma autarquia que recolhe diariamente mil toneladas de lixo, transporta-as para um aterro a cem quilômetros de distância da nossa Cidade e que tem responsabilidade pela limpeza, pela capina de mais de dez mil hectares de área urbana receber pouco mais de cem mil reais para se reequipar...! É 0,02% de investimento do total do Orçamento. Isso é ou não uma política de privatização do setor de limpeza urbana do Município de Porto Alegre e do setor de recolhimento do lixo urbano de Porto Alegre? Isso já se iniciou no ano 2006, 2007, com aquela licitação, contra a qual a nossa Bancada entrou na Justiça e conseguiu a sua suspensão; e a segunda licitação foi feita por nada mais, nada menos do que 133 milhões a menos.

Aí eu pergunto também ao Líder do Governo, Ver. Professor Garcia, que trouxe aqui o tema do DMLU: esta Casa aprovou - e o Prefeito sancionou - a proibição das carroças e dos carrinhos na Cidade. Não apareceu nenhum programa orientado para absorver as mais de oito mil famílias que trabalham com o tema da reciclagem em Porto Alegre. É verdade que tem um valor previsto aqui de 500 mil reais para a reciclagem. Agora, quanto custa um galpão de reciclagem? Quanto custa uma prensa? Quanto custa uma estrutura? Isso dá para montar um galpão, ou um galpão e meio, no máximo dois galpões - para absorver os oito mil trabalhadores, hoje, que são carrinheiros e carroceiros. Eu quero saber onde está o projeto que apresenta uma substituição do transporte desses resíduos na Cidade. Ver. Luiz Braz, nós temos que ter responsabilidade aqui, sim. Eu votei contra aquela lei, mas, já que ela está aprovada, precisa aparecer onde e qual será o programa que vai dar sustentação a essas oito mil famílias. Isso não é apresentado no Orçamento trazido pelo Executivo Municipal e defendido pelos Vereadores da base, principalmente pelo Ver. Professor Garcia.

Portanto, eu trago esse tema, nós não vamos deixar passar sem apresentar uma Emenda que solucione esse tema da reciclagem em Porto Alegre, que apresente a substituição do sistema de transporte, e já foi aprovada e sancionada pelo Prefeito a proibição das carroças e dos carrinheiros. Esta Câmara tem de ter responsabilidade se o Executivo não elaborou e não mandou para cá uma demanda que foi acordada aqui nesta Casa - infelizmente, a proposta que fizemos foi derrotada, que era no sentido de ficar vinculada já ao Orçamento deste ano. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Carlos Comassetto. Está encerrada a Pauta Especial.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 5777/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 235/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Avenida José Leal o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua Novecentos Cinqüenta Dois, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. Nº 5795/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 236/08, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Professor Doutor Ellis Alindo D’Arrigo Busnello.

 

PROC. Nº 5830/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 238/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Adherbal Barbosa Faria o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 986, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. Nº 5832/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 240/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Paulo José Rodrigues o logradouro público parcialmente cadastrado, conhecido como Rua 7027 – Loteamento Moradas do Sul.

 

PROC. Nº 5945/08 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 051/08, que declara de utilidade pública a Associação de Moradores Vila Esperança Cordeiro.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto...

 

O SR. NEREU D’AVILA: Diante da “multidão” de Vereadores que estão aí, eu requeiro a verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Defiro de plano o Requerimento de Vossa Excelência. Solicito a abertura do painel eletrônico para que se proceda à verificação de quórum. (Pausa.) Não há quórum, portanto estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h31min.)

 

* * * * *